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Special Things by Me

Um blog sobre ser mãe, mulher e esposa. Um blog sobre os desafios da maternidade, sobre alimentação especial, um blog sobre tudo e sobre nada.

Special Things by Me

Um blog sobre ser mãe, mulher e esposa. Um blog sobre os desafios da maternidade, sobre alimentação especial, um blog sobre tudo e sobre nada.

Desfralde parte 2

Não está a ser tão cor de rosa como se pinta nos livros... os livros não nos preparam para a reacção dos nossos pequenos. 

Eu comprei cuecas com um tecido grosso que mandei vir da Amazon, onde o xixi não escorre directamente para o chão mas molha a roupa ou o local onde a M está. Com estas cuecas ela vai a casa de banho porque se sente molhada mas não fica humilhada.... Mas também fez o pai pensar que ela não se importava de fazer na cueca. 

Então ontem ela estava com fralda, porque eu ainda não fiz desfralde activo, e sinto cheiro a cocó e digo vamos trocar a fralda, ela vai e corre para o w.c... eu tiro a fralda lá para fazer o que o manual ensina, a por o cocó da fralda no bacio para eles entenderem, eu tiro a fralda e a M só tinha um risco de cocó o que significa que ia a tempo de o fazer... ela senta-se no bacio mas fica muito perturbada com a fralda ligeiramente suja, sempre a dizer olha suja... e eu não faz mal a M agora faz no bacio... ela levanta-se com medo e diz cocó.... e aponta para a sanita, no tempo de por o redutor, sai cocó ao chão e o resto fica meio que esborrachado no redutor... ela termina e eu tiro e ela ficou em pânico porque o redutor estava sujo, o chão sujo e o rabo sujo... só dizia sujo, sujo muito aflita... ela odeia sentir-se suja...o ver coisas sujas... e não, não fui eu que ensinei... limpei com mil toalhitas que podem ir a sanita, que limpam mal e é um desperdício mas não são tão rijas como o papel higiénico e não magoa o rabito dela. 

Depois de tudo limpo pergunto fralda, responde logo que não... e eu puxo para cima o tapa fraldas que tinha que parecem umas cuecas, sabendo que não eram absorventes... mas era o que estava a mão... 

O B chega a casa e a M pede água, não a pus primeiro no bacio porque ela na fralda tinha xixi... ela bebe água a frente da Tv e sai dilúvio pela cueca, bem foi aí que vi que o dinheirão que dei pelas cuecas xpto não foi um desperdício, foi sapatos e tudo cheios de xixi, para não falar do vestido que tinha coco do incidente de a pouco que ainda esperava por mim para ser lavado... eu vou e pego num pano e faço o que o manual diz não ralhar e dar o pano para a criança limpar o que fez... sem ralhar, só dizer vamos limpar com um tom a incentivar... ela limpou... mas depois de limpar e a caminho do quarto desatou num pranto e só dizia ao pai sujo... ficou muito ressentida por ter feito xixi no chão... perguntamos o mesmo fralda ou cueca, deixando ser ela a comandar e nós a dar tempo ao desfralde.. pediu cueca mas so podia ser a mãe a por... lá a pus.... foi jantar... a meio do jantar diz já está... nós pais totós não a deixamos sair... e ela acaba por se descuidar na cadeira, mas como tinha as cuecas especiais, não se sentiu tão humilhada... foi a correr ao w.c... e eu disse não querida já está molhada (nunca digo suja porque isso a faz entrar em stress) ela vira-se e dá um pontapé no beiral da porta... pego ela ao colo e sujo-me toda de xixi... a M quando esta no muda fraldas e vê fica em pânico porque me sujou... 

 

E eu e o pai olhamos um para o outro no final do dia e combinamos que damos 2 dias de cuecas, senão der e virmos que ela se sente muito humilhada, vamos cagar para os livros e fazer como os SacconeJoly fizeram a filha usaram as fraldas cuecas até a filha ter algum controlo sobre os acidentes... e fazer mais x no bacio do que fora dele e só depois da fralda cueca estar muitas vezes seca é que passaram para as cuecas normais, tudo porque não queriam que a filha se senti-se humilhada. 

 

E eu pela primeira vez achei que os psicólogos e pseudo psiquiatras não são pais... porque se fossem escreviam uma parte sobre como as crianças se sentem humilhadas e como resolver o assunto.. eles terem tem, mas dizem lá que só se sentem assim porque os pais as humilham dizendo olha que feia, sujas-te toda ou xixi no chão é feio e tal... mas nós não fizemos nada disso e por ela própria que detesta falhar se sentiu humilhada... 

Depois do acidente do xixi no chão ficou agarrada a mim durante 5 min... a soluçar e eu a dizer que todas as pessoas tinham acidentes e faziam xixi no chão... que os pais também fizeram quando eram pequenos como ela.... e depois distraí com um boneco... e ela lá parou de soluçar... 

 

Não há nenhum botão para carregar e passar esta fase do desfralde?! É que ela própria pede o bacio e sanita e depois recusa a fralda... 

 

P.s - quanto ao limpar a M se derruba água ou leite ou qualquer coisa para o chão também tem de limpar e não fica pertubada... alias tudo começou quando um dia ela subiu a um banco pegou no pacote de leite e despejou todo e eu que estava a fazer qualquer coisa na cozinha disse olha agora tudo sujo, quem limpa? E agora?... e ela pega num pano e começa a limpar e diz já está... (acho que escrevi aqui em tempos esta situação)

Das coisas difíceis da maternidade

Para além do aleitamento materno que para mim é algo muito desafiante e complicado para a mulher, nenhuma nasce ensinada, é um processo de aprendizagem e depende muito do bebé.... e é algo que nem só a intuição materna serve... andamos constantemente a duvidar de nós e de se estamos a fazer de forma correcta... depois a n teorias, dar de uma mama, dar das duas, esvaziar uma e dar a segunda se ele quiser.... acordar, não acordar... dar horário fixo, dar mamada livre... enfim um sem número de teorias que servem mais para confundir do que ajudar. 

 

Agora com o desfralde sinto o mesmo, ainda não comecei vou começar no domingo, mas a M agora já não quer vestir a fralda depois de pedir "coco" que significa casa de banho para ela... mesmo que eu tenha a posto lá e ela não tenha feito nada, não quer vestir a fralda então eu deixo a estar de cuecas (umas cuecas muito boas que não deixam o xixi escorrer perna a baixo de forma a ficar poça, mas fica molhada e com a roupa molhada a mesma). 

Então domingo passou o tempo todo a pedir, mas sem fazer, não tínhamos o redutor estávamos na casa da minha mãe e ela não se devia sentir segura e não fazia... mas lá ouvia o meu marido... acho que ela não está pronta, só pede por pedir e afins... ouço sempre ele dizer isto desde que ela começou a pedir, basta pedir e não fazer que o B diz logo pois ela pede por pedir ou já fez na fralda... e eu respondo ela tem de aprender, não é algo que se aprende logo no início, e a primeira fase é ela pedir mesmo que já tenha feito, ela vai começando a aprender a pedir antes de se molhar quando tiver as cuecas. 

Segunda ponho cueca, assim que esta 5 min com elas, faz o xixi e vai a correr a casa de banho pois está molhada, nós dizemos que ela já fez não faz mal e ela vai a vida dela e é difícil de a convencer a tirar a cueca... pomos outra cueca e vamos jantar e ela faz a mesa... e ouço o mesmo do B... ela não está preparada, ela não pede, ela não se importa de ficar molhada... e eu digo importa-se sim ela vai ao w.c quando se molha... se dizemos que já fez ela ainda não percebeu é que tem de tirar e trocar de cuecas... 

Ontem sem o B em casa a M pediu para sentar no redutor, deixei, perguntei fralda e ela não... e eu cueca e ela ximmmm.... ok mas não podes sujar o boneco sim, a mamã vai te sentar mais vezes no bacio para não fazeres... então durante uma hora, estive a por de 15 em 15 min no bacio (pois tinha bebido imensa água) para ver se fazia... no final dessa hora, levanta-se e diz já está e estava lá uma pingas de xixi, ou seja levantou-se assim que sentiu que estava a fazer e travou (já controla os esfíncteres) eu fiz uma festa disse dá mais 5 a mãe... e disse diz txhau ao xixi e despejei para a sanita... ela diz-me mãe mais... e voltamos ao mesmo durante 3 vezes, a 4 vez relaxa e fez um xixi bem grande. 

Depois contei 1 hora para ela ter de ir de novo e ser eu a ir por.. bem o B chega a casa, começamos a conversar... assim que passaram 1 hora e 8 minutos... noto ela a mexer na perna e eu vamos rápido... ela corre e senta-se no bacio com a cueca vestida... resultado quando a levanto e tento tirar a cueca estava molhada e ainda estava a fazer... fiquei fula comigo própria... mas consegui provar ao marido que ela esta sim pronta, quem não está pronto são os pais que são novos nisto e ainda não perceberam que sim vai haver n acidentes chatos de lavar... que vamos andar os primeiros tempos a volta do bacio e dela... mas que sim ela esta pronta para fazer o desfralde. 

 

 

Antes e depois de ser mãe...

Idas a praia:

 

Antes de ser mãe - Levas a toalha, o livro, o telemóvel e o protector solar, perdes horas a ler, podes passar de vez em quando o dia inteiro na praia senão tiver um calor abrasador. A tua toalha e tu tem muita pouca areia. 

 

Depois de ser mãe - Levas a tua toalha, a do marido, duas para a criança, fraldas e toalhitas, fraldas de banho, mudas de roupa e fatos de banho, máquina fotográfica, protector solar teu e o da criança e pó de talco (óptimo para tirar areia dos pipis e rabitos) e Snacks (água) para a criança ir comendo. Não levas livros, a tua toalha tem kilos de areia e tu também... passas muito tempo num levanta, senta, vai buscar isto, vai a água molhar os pés... sentas-te na areia a brincar aos castelos... e andas corcunda muito tempo. Vais para a praia antes das nove da manhã e sais dela entre as 11:30 e 12:00 (se não tiver muito calor a o risco de perderes a noção do tempo). 

 

Do que mais sinto falta perguntam-me vocês de ler na praia, não há nada que me dê mais gozo de ler ao som do mar e das gargalhadas das crianças. Se o podia fazer sim podia a M é super sossegada, ela por ela fica sentada a brincar na areia um bom bocado, mas depois sinto que perdia estes momentos de brincadeira com ela, e também porque desconfio que assim que me agarra-se ao Kindle ou ao livro que ela ia querer o meu colo... talvez um dia tente lol :D

praia.jpg

 

19 meses de ti

Tens uma nova paixão o Panda, acordas e dizes Panda, vês algum ecrã e dizes "Queo Panda"... mas não é qualquer Panda é o Panda e os Caricas. 

Sabes sempre onde a tua Pe (chucha) está escondida...

Sabes que as bolachas do pai são melhores que as tuas. 

Chegas a mesa para ir buscar o que queres. 

Tens uma personalidade muito forte, mesmo estando de castigo sorris e mandas um olhar maroto que tira a mãe do sério. 

Comes sozinha mas adoras dar a colher a mãe e ao pai, para que eles dêem-te comida a vez. 

Adoras os teus gatos de paixão e és um terror para eles. 

Adoro os teus risos enquanto jogas a fugida do gato N e quando vais atrás da gata Bê e ela morre de medo de ti e se esconde. 

Adoro o teu lado mandona, mas tenho receio dele, adoras dizer "Pa´qui" ou "Pa'li" ou "Pa'ti"

Começas a mostrar o teu lado de adoração pelo papá e dizes Pai, Pai, Pai várias vezes ao dia.

Mas o colo da mamã e se a mamã não está ao pé de ti é um drama, por isso és sempre a menina da mamã que esta sempre de roda das suas saias. 

Já sabes jogar ao loto dos animais, ou melhor já sabes agarrar nas peças e colocar em cima do animal correspondente... e a mamã ficou muito orgulhosa são 30 animais que reconheces... no início pensei que era muito avançado para ti, mas a mamã decidiu simplificar e começar com 1 cartão e animais de estimação e tu finalmente percebes-te como se joga... e é um orgulho ver-te a pensar e a olhar para a imagem e para os cartões a procura dos animais (jogo para mais de 2 anos). 

Sabes quem é o tubarão e quem é o golfinho e isso é difícil. 

És muito teimosa, porque a mãe sabe que tu sabes as coisas e quando te pergunta onde está o gato ou o cão ou o bebé no livro tu fazes-te muitas vezes de desentendida. 

Continuas com a tua característica de aprender novas palavras e ignorar as que já sabias. 

Já fazes mais xixis no bacio, mas ainda usas fraldas porque na creche ainda não te põem no bacio apesar de eu dizer que tu sabes pedir, mas pedes do teu jeito, vens ter comigo dizes "mãe" e apontas para a fralda e eu só tenho de te seguir. 

Azar o da creche nas férias da mamã a mamã vai comprar cuecas absorventes e fraldas push-up e vamos treinar à séria... com idas mais frequentes e por iniciativa da mamã... aquele tal treino de os por várias vezes no bacio... e quando fazem xixi nas pernas leva-los ao bacio e dizer que é ali que se faz...

Será o nosso próximo desafio.... e se tudo correr bem voltas a creche com cuecas e mesmo que tenhas descuidos elas tem de cumprir com o levar-te ao w.C a mesma hora que levam todos os outros meninos. 

Nem tudo são rosas

Ontem o final do dia foi daqueles dias que nos faz pensar que o baby blues não são só no pós-parto, ou então esse pós-parto deve durar toda a vida em que somos mães. 

Quantas mães (e eu sei que sentem, mesmo aquelas que dizem que adoram ser mãe e julgam quem diz as verdades) é que não pensam várias vezes no que se foram meter, ou que não vamos ser capazes. 

Todos os dias, todas as etapas trazem desafios, conquistas sim, mas muitos desafios... inicialmente é o entender o bebé, o dar de mamar (que deveria ser fácil e intuitivo e não é), depois vem as cólicas, depois já não é as cólicas e é o mimo (e pensamos oh é bebé não faz mal, mas depois não fazemos mais nada que dar colo e começamos a entrar em stress)... depois vem as aventuras da introdução alimentar... as primeiras doenças, os primeiros dentes. Claro que há dias bons, muito bons e acima de tudo muitos momentos que compensam os maus. Mas os momentos maus aliados ao cansaço dão nisto... dão em pensar que não somos boas mães, que não somos capazes. 

E isto também se aplica aos homens, pelo menos no meu vejo-o assim frustrado ou triste porque não soube reagir bem a uma birra ou quando ela atira com a comida... vejo nos olhos dele e reconheço o sentimento... 

 

A M neste momento esta a aproximar-se da fase dos terríveis dois anos, que segundo li e pesquisei é uma altura que nem eles próprios sabem o que querem, já sabem que são um ser independente de nós e que podem tomar decisões, mas não sabe lidar come elas. Ex.. faz birra porque quer o avião azul e não a bola, tiramos a bola e damos o avião e ele chora e atira tudo ao ar porque afinal a bola também era gira. 

O mesmo se pode passar com a comida, já sabem que existe vários alimentos disponíveis, e quando começam a comer já não  querem a sopa, mas também não era a fruta, e agora já quer sopa mas assim que mete a boca deita fora... Já quer comer sozinho, mas depois distrai-se e começa a brincar e o pai ou mãe vai e começa a tentar dar, parece que se instala o inferno e salta comida por todo o lado. 

Sei que há muitas mães e pais que não ligam, se não come não come... ou então decidem dar os alimentos separados do tipo um pouco de legumes, massa ou arroz ou batata, carne  e fruta e deixar o bebé comer aquilo que quer, o que não quer não tem problema. 

Não sei qual a melhor solução, eu até deixo ela fazer isso com o segundo prato, mas para mim a sopa é importante, porque sei que muitas vezes não a vai comer, sei que é um hábito importante. Sei que eles comem melhor se comerem acompanhados, mas nem sempre isso é possível principalmente durante a semana. 

São muitos ses e escolhas pelas quais nós pais temos de passar, escolhas essas que influenciam a maneira de ser e personalidade dos pequenos, eu assisti a uma mãe demasiado permissiva na alimentação, não comia não tinha problema dava iogurtes ou papa depois... e assisti a esta mesma criança estar 3 dias a comer chocolates e papa a noite e ficar completamente doente. Essa mesma criança hoje tem 7 anos e ainda faz fitas para comer, e muitas vezes não come e os pais pelo cansaço ou por sempre terem sido assim desistem e no final dão o que ela quer. 

Por não querer ser uma mãe assim permissiva, ontem após 2 semanas de birras eternas para comer, depois de confirmar que na creche come, e que não tem nada de doença pois foi vista pela pediatra. Depois de um fim de semana a fazer o mesmo (mesmo estando descansada e acabada de acordar) ontem armei guerra em casa... não sei se é fruto do maldito remédio que ela tem de tomar, sabe a limão e arranha a garganta como se tivéssemos comido um comprimido, no inicio tomava a seringa até saber o que aquilo era, depois começou a deitar fora. Eu misturo com a fruta resultou durante 1 semana, depois começou a mandar a fruta fora, então dava aos poucos misturado com a fruta e um pouco de sopa. 

Agora por si começou a deitar fora toda e qualquer comida sólida, mas só em casa. Ontem depois de ter feito isto, ter mandado 5 colheres ao chão, entornado metade da comida por cima dela. Tive de por um time out (para mim). 

Deixei a sozinha na cadeira da papa (com os cintos posto), voltei quando acalmou, tentei novamente, e o resultado o mesmo deitar fora a comida (mesmo sem medicamento a vista)... agarrei nela na seringa com medicamento e fiz uma técnica que a educadora me ensinou (para limpar e aspirar o nariz aos meninos quando estamos sozinhos) que é deitar a criança no chão ou na nossa cama, por o nosso tronco em cima dos braços (sem fazer força) e ter duas mãos livres para conseguir, primeiro agarrar a cara dela, e a outra para por o medicamento direccionado a garganta para ela não o cuspir. 

Chorou e berrou e eu chorei com ela, odeio dar este medicamento, odeio se isto tem de ser para a vida dela, porque durante muito tempo ela não vai entender o porque que lhe faço isto... que é para o bem dela. 

Deixei passar, deixei brincar e voltei a buscar a sopa para comer na sala na mesa de brincar dela, deu a sopa a mim e eu deixei, comeu uma colher e depois começou a brincar com a colher e a espalhar a sopa toda e eu ralhei novamente, que a sopa não é para brincar que estava a sujar tudo... nova birra... deixei passar, deixei que viesse ter comigo, sentei ao meu colo e voltei a dar 3 colheres com ela a chorar, depois comeu o resto da sopa (90ml) na boa sem dramas, acabou e eu disse já esta... e ficamos ali paradas e eu aproveitei e expliquei novamente com calma que não podia mandar comida fora, que era feio, que se não quer diz já esta e a mama entende que não tem fome, mas depois vai para a cama sem comer que a mamã não dá leite.... expliquei novamente porque tenho de dar o medicamento. 

Ela tem 17 meses não deve de ter entendido nada zero... as 4 da manhã acordou dei leite, as 7:30 tentei dar iogurte não quis, dei o copo para a mão comeu uma colher e começou a brincar novamente e a espalhar tudo e eu desisti e mandei o iogurte para darem na creche. 

Sei que são fases, sei que são os espinhos da minha rosa, mas são espinhos que nos picam no coração porque não sabemos como lidar com eles. 

 

Pensei muito neste post se o escrevia ou não, mas eu sou apologista de dizer a verdade, de dizer o bom e o mau e o feio...Sei que quem não é pai me olha de lado do tipo mas tu não querias ser mãe?! 

Mas falo e escrevo porque sem que muitas mães e pais se escondem, ficam deprimidos porque sentem-se perdidos nos períodos maus, que muitas vezes são diários, que vivem com a culpa de sentirem o que sentem. Sentem-se os únicos no mundo que sentem sentimentos contraditórios em relação aos filhos, amam os perdidamente mas há momentos que nem os podem ver a frente... e sentem a culpa porque um pai ou mãe só devia de amar incondicionalmente e devia de andar sempre feliz e alegre e saber lidar com as birras e os desafios e os dramas de adolescência. 

Mas se todos falássemos, veríamos que todos (atire a primeira pedra quem nunca sentiu) se sentem perdidos, mal preparados para serem pais... 

As minhas primeiras memórias

Ao ler este post da barriga mendinha veio me a memória umas das minhas primeiras memórias de infância. Não sei que idade tinha, sei que descobri anos mais tarde que aquele sentimento de perda e medo não eram imaginação, quando numa ida a praia do Baleal digo a minha mãe não gosto desta praia e a minha mãe contou-me o que eu vagamente me lembro também:

 

Para quem não conhece o Baleal é enorme, e tem ondas muito fortes e naquela altura tinha eu menos de 5 anos (acho) portanto havia tudo menos salva vidas na praia. 
A minha mãe foi a praia mais uma amiga que também tinha uma menina da minha idade, e a minha mãe tinha 3 filhas. 
Lembro me de ir brincar com a menina a beira mar com pá e balde e quando reparo não vejo a menina, e quando olho para o local do chapéu não vejo o chapéu e senti-me perdida... andei e andei imenso a beira mar achando que se calhar eu tinha andado... eu não chorava, porque pensei sempre não posso mostrar aos desconhecidos que não sei onde estou, não posso falar com estranhos e assim andei até que vi a Dona Fernanda ou ela me viu a mim, a minha ama e atiro com o balde a cara dela e desato a chorar que ninguém me tinha vindo buscar e me deixaram sozinha imenso tempo... de mais nada me lembro. 
Estive desaparecida imenso tempo, acho eu de que... porque não havia cá telefones e a Dona Fernanda ainda levou tempo a achar a minha mãe, não me perguntem como ela achou no meio de tanta gente. 
A explicação da minha mãe foi de que foi levar uma das minhas irmãs a casa de banho (num café bem distante) e deixou-me a cargo da amiga, que assim que viu a sua filha chegar ao chapéu não se deu ao trabalho de me ir buscar a beira mar e com a chegada de mais pessoas, bastou uma distracção para ela deixar de me ver e eu de a ver a ela. 
A minha mãe conta o pânico que viveu, a minha irmã mais velha chorar e a minha mãe só chorava e dizia como explicar ao marido que não sabia da filha, que a filha podia se ter afogado. 
Acho que só um milagre fez com que a Dona Fernanda aparecesse do nada (atenção que a zona onde morávamos era longe do Baleal) e por sorte encontrou a minha mãe antes de avisarem a polícia... acho que pouco faltou, porque a certo ponto já tínhamos metade da praia a procura de mim, pois todas as pessoas me viram, mas ninguém me abordou porque eu não chorava... 
 
Por isso é que hoje em dia tenho uma mania de olhar sempre para crianças sozinhas e procurar se algum adulto esta de vigia... e sim já encontrei uma menina perdida na praia, felizmente foi questão de a parar perguntar se sabia dos pais e ela disse que não e eu disse fica aqui comigo e olhei a volta e vi uma mãe a levantar-se do chapéu a procura e eu perguntei se era aquela a mamã dela e ela desatou a correr super aliviada, claro que levou uma bronca daquelas tadinha. 
 
P.S - tenho a vaga lembrança de um senhor me perguntar se estava perdida e eu dizer que não com a cabeça... Ver se ponho uma trela a minha filha porque ela sai a mim e tenho a certeza que respondia o mesmo...

Ajuda precisa-se...

A minha M sempre foi boa de dormir, tirando quando esta doente ou com pico de crescimento. 

As rotinas dela são comer, tomar banho e lavar dentes e depois camita pelas 7:30 / 8:00 da noite porque é a hora que noto que tem sono, as vezes comer o jantar já é complicado. Sempre foi muito dorminhoca sempre dormiu perto de 12 horas a noite seguidas. Nunca precisou muito de colo ou de mimos para adormecer. 

 

Desde quase duas semanas tudo mudou, a M andou com diarreia mas era só uma vez por dia, e notei dentes a nascer... e passou a acordar várias vezes em que é só por a chucha e pelo menos uma vez por noite acorda a chorar e mesmo pondo a chucha vai chorando de 10 em 10 minutos até que vamos dar leite. E finalmente acaba por ficar mas não sem ter um pouco de mimo e abanico... O dente já rompeu e ela não larga este ciclo vicioso, basta dizer vamos dormir que começa a birra... ontem, jantou lavou dentes, o pai foi por a dormir a 7:45 e nada de dormir, jantamos e ela comeu novamente do nosso prato... até que as 8:45 começamos a notar que já não saia do sofá e aproveitamos e fomos a deitar a pensar é desta que vai dormir... Errado as 3:00 acorda e eu ponho chucha as 3:30 acorda e lá vou eu de novo, as 4:15 acorda de novo e lá vou eu fazer o leite e fico com ela até as 5 da manhã... as seis da manhã começo a ouvir a choramingar mas cala-se logo (sonhos talvez) as 7:30 eu a sair de casa e o pai a acordar a bela adormecida que estava ferrada, deixou que eu anda-se a mexer nas gavetas a tirar roupa e fraldas para o dia e ela nada... ferrada... 

 

Eu ando rota e tenho a sensação que ela não anda a dormir com qualidade suficiente, porque no fim de semana para mantermos horários da creche não deixamos dormir de manhã mas dormiu de sesta apenas 1:30....quando antes fazia sestas de 3 horas (sim mesmo com 15 meses)

 

Lá dizem que anda feliz e contente e não mostra ter sono a não ser após almoço... este fim de semana fico sozinha com ela e até tenho medo de pensar em mim em modo zombie com uma criança de 15 meses com pilhas duracel... mas já disse ao marido que vou cagar nos horários e tentar que ela durma Sábado de manhã como deve de ser... mesmo que a sesta da tarde fique mais tarde e a noite deite mais tarde, mas o importante para mim é dar-lhe pelo menos 11 horas de sono seguidas para que ela também possa acertar os ritmos. 

 

Sei que para muitas mamãs isto é o pão nosso de cada dia, mas eu não estou habituada a isto, a M foi um bebé que eu tinha de por despertador para a alimentar porque nunca acordava para mamar, correndo o risco de ela perder peso ( e perdeu bastante no inicio até eu saber disto). Ai que saudades tenho de dormir pelo menos umas 6 horas seguidas, neste momento damos o leite as 11 da noite, deitamo-nos as 11:30 e começa o fado as 3:30 da manhã até perto das 5 da manhã. Ora dormimos perto de 4 horas e 30 de sono por noite... Porque eu das 5 as 6:30 que toca o despertador já não consigo dormir... para verem de sábado para domingo o B é que foi tratar dela porque eu literalmente apaguei mesmo.. não ouvi nada...

Há dias aborrecidos

E depois existem os de hoje, consulta de alergologista as 11 eu como mãe tenho um sexto sentido e penso "bem vamos lá ver senão alteraram consulta e não avisaram". Acedo ao sistema e o que descubro que a consulta nem marcada esta, salto da cadeira a voar até as consultas eram 10 da manhã. O administrativo olha vai rápido falar com a médica porque ela está de saída o filho está doente e eu voou até ao seu gabinete e graças aos santinhos lá esta ela ainda sentada mas já com a mala e chaves na mão. Explico o sucedido e marca nova consulta para a filhota e eu tenho a seguir um ataque de pânico, ora bolas sou eu que tenho o almoço e lanche da M.... toca a ligar para marido para não sair do trabalho, creche a comunicar que vou lá passar a entregar a comida e vou ter com o chefe novo a pedir para sair para ir levar o almoço  (nem sei bem se ele entendeu o que fazia eu como almoço da M) e ele disse ok sem problemas (chefe porreiro, segundo sei não tem filhos)... lá vou eu a correr a creche, volto engano no caminho e lá tento descobrir como chegar a creche sem me perder no meio da confusão de ruas (não esquecer que estou cheia de sono e o caminho para a creche não é o mesmo que da creche para o work e que nunca o faço). Chego e vou a correr trabalhar porque tenho exactamente mais 30 min. de trabalho para compensar... ah e quando sair do work tenho de ir atestar o raio do carro.... e eu a pensar que o raio da sexta-feira 13 tinha sido a semana passada. 

Eu sou muito felizarda

Nestes últimos 3 dias apercebi-me da sorte que eu tenho. Se claro que senti saudades de Lisboa, de andar de metro, de ter aqueles 20 minutos de manhã e ao final do dia para ler. Ontem relembrei-me do pior de andar de transportes. 

Não apanhei o metro, ouvi-o chegar, vi as pessoas todas a correrem feitas malucas e eu nas calmas tanto de manhã como ao fim do dia, porque nestes 3 dias nunca tive mais de 3 min a espera que uma carruagem chega-se. Nem mesmo na terça de Carnaval. Mas ontem o drama abateu-se quando olho e vejo que o tempo até a próxima carruagem era de 10 min. Pensei eu, a M esta bem entregue, sento-me aqui a ler... ao fim de 3 minutos a plataforma estava a pinha de gente e com o passar do tempo comecei a ter realmente medo de cair da plataforma tal não era a quantidade de pessoas. Mas como aqui a je estava mesmo a frente não podia ficar para trás e não entrar no metro quando este chegou. Resumindo fiquei tipo sardinha em lata numa estação quase terminal. Estão mesmo a ver o estado caótico que aquilo ficou a medida que íamos avançado, pois já me doía tudo, os pés, os braços que tentavam segurar a mala e segurar-me a mim no meio dos empurrões e solavancos. Enfim serviu para perder logo a saudade de Lisboa e de andar de transportes públicos. 

Depois mais uma vez cheguei a casa depois das 7, três dias seguidos que mal vi a pequena, tenho muito a agradecer os meus pais e quando digo aos meus pais digo aos dois... pois o meu Pai estava sempre a cozinhar o jantar enquanto a minha mãe preparava a M para jantar. 

Mas claro que isto foram apenas 3 dias excepcionais em que os meus pais vieram de longe para me ajudar. Mas nesses 3 dias reparei que a M reagia de uma forma estranha ao me ver, ficava eléctrica, birrenta e só fazia asneiras. Então ontem foi o cúmulo para conseguir adormecer, ela não queria por nada adormecer porque sabia que a mãe saia do quarto quando ela adormecia... eu deitava e ela apontava para a cama e dizia " Ahdiah" que na linguagem dela é quando quer que eu faça qualquer coisa. Neste caso era mãe vem para aqui (eu não caibo num berço). Só a conseguir por a dormir com recurso a um biberão de leite duas horas depois do horário normal de se deitar. 

Depois acordou a 1 e assim ficou mesmo após mais leite até as 4:30 da manhã... eu e o B já nem sabíamos se era birra dela, se era para chamar a atenção ou se era dentes já que andou assim esta semana toda (já perdi a conta as vezes que me levantei a noite nestes dias). Claro que no final as 3:30 lá o B acedeu em dar-lhe um benuron não fosse a teoria da mãe estar certa... acabou por adormecer com o B (que teve mais paciência que eu) as 4:30... e pensão vocês que eu dormi entretanto, pois não o B tem a capacidade de dormir sabendo que ela esta bem, mesmo que a choramingar ele dormita, então se alguém esta com ela dorme ferrado. Eu passo a noite em alerta naquele sono tão despertável que faz parecer que passei uma directa. 

E com isto só me resta de facto ser solidária com os pais (ambos) que saem de casa cedo as 7:30/ 8:00 já estão no metro, que deixam os filhos de madrugada com estranhos numa creche ou escola e ambos os pais os vão buscar muito próximo da hora de jantar, já sem forças eles e os filhos cheios de sono e birras porque só vêem os pais ao fim de semana. 

Comentei isto ao jantar e se me visse forçada a isso (perde-se o meu santo emprego) era o que o B dizia, iríamos fazer escolhas e sacrifícios e provavelmente trabalharia em part-time ou ficaria em casa com os filhos, e eu sou dessa opinião, não estou-me a diminuir nem a quer dizer que isso deva ser do papel exclusivo da mulher, estou a querer dizer que para mim ser "mãe" é estar presente mesmo que implique muitos sacrifícios... 

Por isso é que ontem em conversa de nós portugueses estamos mal nos empregos ou trabalhos mas acomodamos-nos a eles eu respondi que sim tenho muitos problemas no local onde estou, mas acomodei-me a ele pelo horário e a possibilidade que tenho de acompanhar os meus filhos na sua vida. 

Por isto tudo posso dizer que sim sou muito felizarda (mesmo com sono) e para tal bastou me andar nos sapatos dos outros que observava no metro. 

Maravilhas da maternidade

A tua filha esta sentada numa caixa do ikea (já em casa) e começa a cheirar a cocó, tu dizes M vamos trocar a fralda ela diz nana e abana-se toda e começamos a ver a caixa a ficar molhada e é nesses segundos que te apercebes que o cocó esta a sair para fora a potes e a tua filha esta a piorar tudo estando sentada nele e a abanar-se....

 

Se quisermos trocar a compra doikea (amanhã mostro o que é) já não o faríamos pela tamanha vergonhalol....

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