Não sei como ela consegue!
Li o livro "Não sei como ela consegue"
Retirado da FNAC.PT
E não recomendo que vejam o filme e depois o livro pois pelo que vi pelo trailler não tem grande coisa haver com o livro, e a personagem no filme não demonstra a mulher forte que é Kate Reddy...
Mas de facto todas nós mulheres e homens deviam de ler este livro, porque de facto é sempre mais fácil um homem dedicar-se a sua profissão. Ainda é esperado, que seja a mãe a por e a ir buscar os filhos, ainda é esperado que as mães cozinhem os pratos favoritos dos filhos ou os saibam de cor. Que levem bolos para as vendas da escola, que saibam que roupa é que os filhos precisam e vestem, que actividades tem.
Mas se juntarmos isto a uma profissão muito exigente e pouco compreensiva com mães com filhos?! Algo vai ficar para trás, como dar atenção ao marido, a casa, aos filhos, lidar com dramas da ama e da empregada.
Aqui fala-se na primeira pessoa, o sentimento de culpa por não ver os filhos crescer, o sentimento de culpa de lidar com os filhos e marido como se de tarefas se tratassem.
Claro que existem casos e casos, mas na grande generalidade o homem assume automaticamente o segundo plano no que diz a cuidador do lar e dos filhos... até podem dizer ah mas o meu homem é quem cozinha, sim mas isso é só uma tarefa. O meu marido também faz muita coisa em casa, mas sou eu é que sei o que a M comeu ontem e tem de comer hoje, sou eu que sei roupa ela ainda tem sem sequer olhar para o armário porque memorizei toda a roupa que vestiu... ou veste... sou eu que fixo datas sem sequer precisar de um calendário para me recordar. Sou eu que decido o que ela veste, o B também sabe escolher roupa, mas pede-me sempre para eu escolher (aqui até confesso gostar de ser eu a fazer).
Claro que para eu cuidar de tudo isto, ele cuida das finanças da casa, é ele quem paga as contas, e quem faz as compras grandes do mês... somos nisto uma equipa, porque para eu conseguir ter cabeça para a casa e trabalho tive de delegar tarefas... e nisto nós mulheres ainda pecamos muito porque temos muita dificuldade em aceitar que os nossos maridos possam fazer qualquer coisa melhor ou tão bem como nós...
Nós mulheres é que queremos tudo, queremos igualdade, mas depois não deixamos que ela exista em casa, queremos independência financeira ao ponto de seremos nós mulheres que sabemos tudo o que existe para pagar, queremos ter sucesso profissional, queremos decorar a casa ao nosso gosto... nós é que sabemos como se limpa a casa, nós é que sabemos cozinhar, nós é que sabemos cuidar dos filhos... e por aí fora... e os homens obviamente habituam-se ou conformam-se com o papel secundário de ter uma carreira de sucesso (porque a cultura sempre foi de o homem ganha-pão) e quiça o ajudar a mulher a lidar com a casa, quando ela pede.
O que realmente aprendi com este livro, infelizmente não podemos ter tudo, se queremos ter uma carreira de sucesso que implique muitas viagens e horas de trabalho, não podemos crer ser o principal cuidador dos filhos. O que realmente interessa é as prioridades das pessoas e da família em si. Senão querem que os filhos sejam educados por terceiros, então alguém ou ambos tem de ceder no que se refere a ambição profissional.
E o que se aprende com isto tudo, que os filhos não querem saber de brinquedos caros, querem apenas que os pais tenham tempo para ir ao parque, ver filmes e ler histórias com os pais.