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Special Things by Me

Um blog sobre ser mãe, mulher e esposa. Um blog sobre os desafios da maternidade, sobre alimentação especial, um blog sobre tudo e sobre nada.

Special Things by Me

Um blog sobre ser mãe, mulher e esposa. Um blog sobre os desafios da maternidade, sobre alimentação especial, um blog sobre tudo e sobre nada.

Note to self

Quando temos filhos nunca fazer planos, nem criar expectativas....pensar sempre nop nem vale a pena sair de casa....nem tentar.....é drama para vestir, é só mais um jogo....cancela se a saída e é drama porque não vai passear, e em casa n é divertido.

Nos olhos dos outros vemos a nossa parentalidade

Ontem no supermercado, um menino que devia de ter os seus 4/5 anos as compras com a mãe.... ele pede batatas e ela responde nem pensar.... muito bem batatas fritas fazem mal, mas o modo como lhe respondeu eu só pensei, boa vai sair daqui birra neste supermercado. 

Ele por acaso aguentou-se bem... mas chegando a secção dos congelados, ouço a chorar e não se calava, tudo bem acontece a todos os pais. O que não acontece é a reacção da mãe, e não da irmã e do pai. 

A irmã e o pai estavam calmos, como se deve fazer e manter sempre a calma e ignorar ao máximo... a mãe agarra-o na mão e tenta o puxar para a caixa, ele pede para ela o largar e ela não larga o que só lhe faz aumentar a sua frustração... e aumenta os gritos e aumenta o stress da mãe.. já na caixa atrás de mim o menino continua a chorar e pedir eu quero eu quero... olho os dois carrinhos dos pais e noto que para além das compras de supermercado tem gelados e afins... e provavelmente era isso que o menino queria... A mãe continuou a ralhar com ele, até que o ameaça baixar as calças e dar duas palmadas... chega a dar uma de leve. 

Não foi a palmadita que me chocou, foi o vocabulário da mãe... a irmã mais velha percebe mais de pedagogia do que a mãe, ela antes de a mãe se passar, disse ao irmão olha vamos ali para o carro os dois ouvir música queres... o menino não quis e continuou a chorar ao ponto de a mãe se passar. 

 

Eu olhando de fora percebi logo o que se passou, o menino quis algo e a mãe só disse nem pensar... em vez de lhe explicar que isso fazia mal, ou depois não tinha apetite para jantar... tentado encontrar com ele uma solução mais adequada que ele pode-se ou comer ou então comprar como mimo para ter em casa. Quando ele viu os gelados, na cabeça dele pensou boa se a mãe pós no carro é para comer. Porque não lhe explicou que os gelados comem-se depois de ele comer tudo ao jantar, que é o mesmo que eu faço a M. 

 

E a birra que o menino fez foi muito menor as birras que a M faz... e mesmo assim aquela mãe perdeu as estribeiras e humilhou o menino a frente de todos... e isso é que não se faz... podia ter feito tudo, irritar-se, ignorar, que ninguém a iria julgar, mas dizer alto e a bom som que lhe vai baixar as calças e dar duas palmadas para todos verem... é o não saber mesmo lidar com a dona birra.

 

A Dona birra visita os meninos várias vezes ao dia... e temos de ser nós pais a manter a calma para a Dona birra não nos visitar a nos pais... e sim admito que a M já fez cenas para eu e o B perdermos a cabeça e gritar-mos com ela ou tentarmos que ela se vista a força... quando eu me acalmei depois de uma birra e briga com o B... agarrei em mim e fui comprar um livro sobre birras e aprendi como lidar com elas. Atenção não é as mandar embora isso só os meninos conseguem fazer a medida que tem mais maturidade e aprendem a lidar com a frustração, mas a forma como lidamos com elas ditam o tempo que a idade da birras vai continuar. 

E aquele menino nem fez uma birra igual as das birras da M.... talvez porque a minha tem 2 anos e meio... 

Mas a M já ficou meia hora a chorar no carro, e outra meia hora para sair dele... sim aguentei uma hora de birra... depois a M ficou com febre nessa noite... o mau feitio dela teve explicação... 

Ontem depois de ter visto aquela cena, a M faz das suas, não quer comer... já irritada digo então podes sair da mesa, não há sopa, não há fruta, não há leite nem pão depois... e não houve e ela pediu e eu disse que meninas que não comem o jantar não tem direito ao que gostam. Foi tomar banho contrariada, soube logo ali que a dona birra a vinha visitar. Porque estava com fome, mas não queria o arroz com peixe e sabia que eu não lhe ia dar o que ela gosta, mas não deu o braço a torcer e ficou com fome... foi tomar banho correu tudo bem... até a altura para sair, quis novamente lavar-se toda e eu não deixei. Disse com calma que já tinha lavado o cabelo e o corpo. Não quis sair de maneira nenhuma, o pai vai e tira-a da água a força e eu já sabia que vinha furacão a lutar pela vida. 

E veio uma M para o meu colo a espernear e a chorar, fomos para o quarto longe do alvo que ela queria, que era mais banho. Já no quarto soltei a fera e ficou ali nua, com o aquecedor a espernear no chão e a tentar sair do quarto... bateu no pai que estava a bloquear a saída e o pai disse não e deu uma palmada suave na mão... 

Eu continuei calada e disse ao B para não falar com ela... quando a reconhece-se mais calma a lição ia ser dada. 

Não se queria vestir e eu tive de a por no cantinho do quarto de castigo e ela ao fim de um minuto veio ter comigo para se vestir, já vestida mas sempre a chorar... eu falo com ela e pergunto, queres conversar ela diz xim... e expliquei tudo o que fez de mal.... e depois expliquei que por causa do seu comportamento ia para a cama mais cedo... e ela foi calmamente para a cama, pediu desculpa ao pai... já na cama eu disse que estava chateada com ela e ela pediu desculpa a M. E eu desculpei mas disse que nem sempre pedir desculpa resolve, a M tem de se portar melhor. 

Pode parecer uma reacção muito calma, mas resulta, sim a birra demora mais tempo a ir embora sim... mas o que notei desde que li o livro, é que ao adoptar o não entrar na birra nem a levar a peito... que depois a M aceita falar comigo e percebe o que fez de mal... tanto que notamos que muitas vezes ela só faz um beicinho forte quando é contrariada, mas depois aguenta sem chorar e passa... notamos que começou a prender o burro em vez de reagir de forma tão violenta. 

Eles não gostam de fazer birra, sentem-se descontrolados, assustados, com raiva e frustrados e não sabem como libertar as emoções e dá em espectáculos de birra.... até nós adultos temos momentos assim, quantas vezes eu já mandei um pano ao chão ou qualquer coisa do género e irrito-me... por isso temos sempre de pensar que eles não sabem ainda controlar-se como nós. 

E lembrar sempre que a maioria das birras acontecem porque nós pais não explicamos as coisas a eles. 

"-Não, não e eu é que mando" é diferente de dizer "Não, não podes comer batatas fritas agora, fazem mal a tua barriga. Mas podes escolher um gelado para comeres depois do jantar" 

Só esta frase tinha evitado a birra no supermercado... coisas muito simples... ou então no carro explicar a criança que vamos as compras, mas só vamos comprar o que está na lista, porque o pai ou mãe só trouxeram dinheiro para o que está na lista. E claro não esquecer de que vez em quando convém recompensar a criança por ter se portado tão bem no supermercado, com um miminho. 

Manhãs difíceis

Só quer a mãe, o pai diz que só quer a mãe porque eu só lhe faço as vontades, eu acho é que temos maneiras diferentes de educar. E que o querer a mãe é algo que todos os miúdos querem. Aquela de que as meninas são mais apegadas ao pai, aqui em casa é o oposto. 

Beber o leite foi um castigo, lá consigo dar leite, vou para ir tomar o pequeno-almoço atira com o leite para o chão.... chora sempre atrás de mim... sem dúvida que hoje não foi uma manhã fácil e o pior é quando os pais acham que a culpa é da mãe que os mima demais. 

Só espero que ela entre na fase de só querer o pai para tudo, ai depois quero ver se é mimos ou se eles são mesmo assim e tem fases. 

 

Nem tudo são rosas

Ontem o final do dia foi daqueles dias que nos faz pensar que o baby blues não são só no pós-parto, ou então esse pós-parto deve durar toda a vida em que somos mães. 

Quantas mães (e eu sei que sentem, mesmo aquelas que dizem que adoram ser mãe e julgam quem diz as verdades) é que não pensam várias vezes no que se foram meter, ou que não vamos ser capazes. 

Todos os dias, todas as etapas trazem desafios, conquistas sim, mas muitos desafios... inicialmente é o entender o bebé, o dar de mamar (que deveria ser fácil e intuitivo e não é), depois vem as cólicas, depois já não é as cólicas e é o mimo (e pensamos oh é bebé não faz mal, mas depois não fazemos mais nada que dar colo e começamos a entrar em stress)... depois vem as aventuras da introdução alimentar... as primeiras doenças, os primeiros dentes. Claro que há dias bons, muito bons e acima de tudo muitos momentos que compensam os maus. Mas os momentos maus aliados ao cansaço dão nisto... dão em pensar que não somos boas mães, que não somos capazes. 

E isto também se aplica aos homens, pelo menos no meu vejo-o assim frustrado ou triste porque não soube reagir bem a uma birra ou quando ela atira com a comida... vejo nos olhos dele e reconheço o sentimento... 

 

A M neste momento esta a aproximar-se da fase dos terríveis dois anos, que segundo li e pesquisei é uma altura que nem eles próprios sabem o que querem, já sabem que são um ser independente de nós e que podem tomar decisões, mas não sabe lidar come elas. Ex.. faz birra porque quer o avião azul e não a bola, tiramos a bola e damos o avião e ele chora e atira tudo ao ar porque afinal a bola também era gira. 

O mesmo se pode passar com a comida, já sabem que existe vários alimentos disponíveis, e quando começam a comer já não  querem a sopa, mas também não era a fruta, e agora já quer sopa mas assim que mete a boca deita fora... Já quer comer sozinho, mas depois distrai-se e começa a brincar e o pai ou mãe vai e começa a tentar dar, parece que se instala o inferno e salta comida por todo o lado. 

Sei que há muitas mães e pais que não ligam, se não come não come... ou então decidem dar os alimentos separados do tipo um pouco de legumes, massa ou arroz ou batata, carne  e fruta e deixar o bebé comer aquilo que quer, o que não quer não tem problema. 

Não sei qual a melhor solução, eu até deixo ela fazer isso com o segundo prato, mas para mim a sopa é importante, porque sei que muitas vezes não a vai comer, sei que é um hábito importante. Sei que eles comem melhor se comerem acompanhados, mas nem sempre isso é possível principalmente durante a semana. 

São muitos ses e escolhas pelas quais nós pais temos de passar, escolhas essas que influenciam a maneira de ser e personalidade dos pequenos, eu assisti a uma mãe demasiado permissiva na alimentação, não comia não tinha problema dava iogurtes ou papa depois... e assisti a esta mesma criança estar 3 dias a comer chocolates e papa a noite e ficar completamente doente. Essa mesma criança hoje tem 7 anos e ainda faz fitas para comer, e muitas vezes não come e os pais pelo cansaço ou por sempre terem sido assim desistem e no final dão o que ela quer. 

Por não querer ser uma mãe assim permissiva, ontem após 2 semanas de birras eternas para comer, depois de confirmar que na creche come, e que não tem nada de doença pois foi vista pela pediatra. Depois de um fim de semana a fazer o mesmo (mesmo estando descansada e acabada de acordar) ontem armei guerra em casa... não sei se é fruto do maldito remédio que ela tem de tomar, sabe a limão e arranha a garganta como se tivéssemos comido um comprimido, no inicio tomava a seringa até saber o que aquilo era, depois começou a deitar fora. Eu misturo com a fruta resultou durante 1 semana, depois começou a mandar a fruta fora, então dava aos poucos misturado com a fruta e um pouco de sopa. 

Agora por si começou a deitar fora toda e qualquer comida sólida, mas só em casa. Ontem depois de ter feito isto, ter mandado 5 colheres ao chão, entornado metade da comida por cima dela. Tive de por um time out (para mim). 

Deixei a sozinha na cadeira da papa (com os cintos posto), voltei quando acalmou, tentei novamente, e o resultado o mesmo deitar fora a comida (mesmo sem medicamento a vista)... agarrei nela na seringa com medicamento e fiz uma técnica que a educadora me ensinou (para limpar e aspirar o nariz aos meninos quando estamos sozinhos) que é deitar a criança no chão ou na nossa cama, por o nosso tronco em cima dos braços (sem fazer força) e ter duas mãos livres para conseguir, primeiro agarrar a cara dela, e a outra para por o medicamento direccionado a garganta para ela não o cuspir. 

Chorou e berrou e eu chorei com ela, odeio dar este medicamento, odeio se isto tem de ser para a vida dela, porque durante muito tempo ela não vai entender o porque que lhe faço isto... que é para o bem dela. 

Deixei passar, deixei brincar e voltei a buscar a sopa para comer na sala na mesa de brincar dela, deu a sopa a mim e eu deixei, comeu uma colher e depois começou a brincar com a colher e a espalhar a sopa toda e eu ralhei novamente, que a sopa não é para brincar que estava a sujar tudo... nova birra... deixei passar, deixei que viesse ter comigo, sentei ao meu colo e voltei a dar 3 colheres com ela a chorar, depois comeu o resto da sopa (90ml) na boa sem dramas, acabou e eu disse já esta... e ficamos ali paradas e eu aproveitei e expliquei novamente com calma que não podia mandar comida fora, que era feio, que se não quer diz já esta e a mama entende que não tem fome, mas depois vai para a cama sem comer que a mamã não dá leite.... expliquei novamente porque tenho de dar o medicamento. 

Ela tem 17 meses não deve de ter entendido nada zero... as 4 da manhã acordou dei leite, as 7:30 tentei dar iogurte não quis, dei o copo para a mão comeu uma colher e começou a brincar novamente e a espalhar tudo e eu desisti e mandei o iogurte para darem na creche. 

Sei que são fases, sei que são os espinhos da minha rosa, mas são espinhos que nos picam no coração porque não sabemos como lidar com eles. 

 

Pensei muito neste post se o escrevia ou não, mas eu sou apologista de dizer a verdade, de dizer o bom e o mau e o feio...Sei que quem não é pai me olha de lado do tipo mas tu não querias ser mãe?! 

Mas falo e escrevo porque sem que muitas mães e pais se escondem, ficam deprimidos porque sentem-se perdidos nos períodos maus, que muitas vezes são diários, que vivem com a culpa de sentirem o que sentem. Sentem-se os únicos no mundo que sentem sentimentos contraditórios em relação aos filhos, amam os perdidamente mas há momentos que nem os podem ver a frente... e sentem a culpa porque um pai ou mãe só devia de amar incondicionalmente e devia de andar sempre feliz e alegre e saber lidar com as birras e os desafios e os dramas de adolescência. 

Mas se todos falássemos, veríamos que todos (atire a primeira pedra quem nunca sentiu) se sentem perdidos, mal preparados para serem pais...